quarta-feira, 14 de abril de 2010

Anoitecendo

A indistinta linha que separa a tarde da noite revelou o entardecer.
Anoitecendo, a luz escoa-se e o odor quente da terra chovida evola brumosidades pardacentas. Pipilam as aves em cantos dissonantes enquanto nos montes, languidamente se alongam sombras verdejantes e o casario branco sobre as encostas semeado, solta o fumo das chaminés, lançando no ar a evocação de madeira queimada. O marulhar distante relembra em surdina a proximidade do oceano.
É aqui o lugar da Carvoeira, junto à Ericeira e Mafra.

1 comentário:

Guma disse...

Dedo na Frida:
Dava para a introdução de um livro que um dia irás escrever.
Mas a da madeira queimada, levou-me à lareira que me confortava em dias emotivos.
Kandandos da nossa terra.

P.S. A fotografia faz a ligação perfeita.